A adolescência é uma fase de transição desafiadora para qualquer jovem, mas para aqueles com Transtorno do Espectro Autista (TEA), as mudanças hormonais e sociais podem trazer desafios ainda mais significativos. Entre as transformações físicas, emocionais e comportamentais, muitas famílias relatam dificuldades em lidar com as novas demandas que surgem nesse período.
Os hormônios da puberdade podem intensificar características já presentes no autismo, como ansiedade, irritabilidade e sensibilidade sensorial. Por exemplo, adolescentes autistas podem ter maior dificuldade em compreender ou expressar os sentimentos relacionados às mudanças corporais, o que pode gerar frustração e isolamento. Além disso, o aumento da pressão social para se encaixar em grupos e compreender normas não-ditas muitas vezes agrava sentimentos de inadequação.
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Para pais e cuidadores, o período pode ser especialmente desafiador, exigindo atenção redobrada à saúde mental e emocional do adolescente. As terapias comportamentais, como a ABA (Análise do Comportamento Aplicada), podem ser ajustadas para abordar questões específicas da adolescência, incluindo habilidades sociais, comunicação e gerenciamento de emoções.
Outro ponto crucial é a educação sexual, frequentemente negligenciada em jovens autistas. É essencial que os pais e educadores ofereçam informações claras e adaptadas às necessidades do adolescente, ajudando-o a entender os limites pessoais, consentimento e cuidados com o próprio corpo.
Especialistas destacam que, apesar dos desafios, a adolescência também pode ser uma fase de grande aprendizado e desenvolvimento para pessoas autistas. Com apoio adequado, como terapias direcionadas, acompanhamento médico e um ambiente familiar compreensivo, é possível superar as dificuldades e ajudar o adolescente a construir uma base sólida para a vida adulta.
Conclusão
A adolescência no espectro autista exige adaptações e esforços conjuntos entre famílias, profissionais de saúde e educadores. Ao promover compreensão, diálogo e suporte personalizado, é possível transformar essa fase de transição em uma oportunidade de crescimento e aprendizado para o adolescente e sua família.
Gi Ferro – Viver Autismo
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