Diagnóstico Tardio e Crescente Identificação: Autismo em Adultos Multiplica-se nos EUA.

Um estudo recente do JAMA Network Open traz números impressionantes sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) em adultos: entre 2011 e 2022, o número de diagnósticos nessa faixa etária aumentou 450%, especialmente entre pessoas de 26 a 34 anos. Isso significa que o autismo foi identificado quase quatro vezes e meia mais nessa década nesse grupo.

Por que esse salto? Mais diagnóstico, menos invisibilidade

Especialistas alertam que esse crescimento não necessariamente reflete um aumento real de casos, mas sim uma mudança histórica: aumento no acesso à saúde, maior conscientização pública e uso mais amplo dos critérios diagnósticos — especialmente com o advento do DSM-5, que ampliou a definição de TEA.

Outro fenômeno claro é o subdiagnóstico histórico, principalmente entre meninas e mulheres, cujos sinais eram frequentemente ignorados devido à visão estereotipada de que o autismo seria “coisa de menino”. Isso levou muitos a viverem por décadas sem identificação, até alcançarem apoio diagnóstico na idade adulta.

O impacto do diagnóstico tardio

Receber o laudo de TEA na vida adulta pode gerar reações complexas — alívio por encontrar explicação, mas também angústia devido à falta de apoio estruturado. Muitos adultos relatam alta prevalência de problemas como ansiedade, depressão e dificuldades sociais acumulada ao longo dos anos.

O sistema de saúde ainda não está preparado para essa demanda. Muitos relatam barreiras como longas esperas, falta de profissionais especializados e ausência de serviços pós-diagnóstico voltados para adultos.

O que isso significa para o futuro

O aumento expressivo nos diagnósticos em adultos revela uma emergência: precisamos melhorar o acolhimento e os serviços voltados para essa população. Isso inclui:

  • formação de profissionais de saúde mental e clínicos com foco no adulto autista;
  • implementação de políticas públicas que garantam atendimento especializado contínuo;
  • inclusão social e institucional que leve em conta a diversidade das trajetórias dentro do TEA.

O reconhecer tardio do autismo mostra quanto avançamos — e o quanto ainda precisamos evoluir para que todos possam viver suas vidas com apoio e dignidade.

Gi Ferro – Viver Autismo
Combatendo o Preconceito com Informação!

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  • Nós somos o Viver Autismo, um movimento dedicado à luta contra o preconceito e à promoção da conscientização sobre o autismo. Desde 2013, temos trabalhado incansavelmente para levar conhecimento e compreensão a todos.

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